domingo, 17 de maio de 2009

Vazios de Maria

Sinto um vazio dentro de mim que me consome. Não sei por onde ir, o que fazer! Ai que dor!
Quem sou? O que quero? O que realmente quero para a minha vida? Só tenho incertezas, nada é certo! Sentimentos, angústias! Aiiiiiiiiiiiiiiii! Dói! O que fazer para preencher este vácuo, que me consome, que me aperta! Não sei! Não oiço! Não tenho respostas para nada do que sinto! Dou valor a tudo o que tenho, um marido espectacular, uma doce filha que tanto amo…mas falta, falta…não sei!!!!!!!!!!! Quem afinal somos Nós? Será que ainda existe, ou somos Nós que queremos acreditar nesta ilusão do que já foi! Não foi por existirem intervenientes na Nossa vida que o muro está a cair, é porque se calhar ele deixou de existir por mais que o Nosso desejo seja acreditar que ele ainda existe. O que é que vamos fazer? Qual é a saída para esta inexistência, ou para uma existência falseada de mimos. O que é isto???????????
Não sei! Aiiiiiiiiiii! Não sei! Tenho que me concentrar no trabalho, tenho que fazer isto por mim e pela minha filha, isto é a única coisa da qual tenho a certeza!
Ai, Vazios!!!!!!!!!!!!!!!
Voz, não me ouves, ou sou eu que não te oiço! Mar vulto reflectindo imagens imagináveis, incertas, voluptuosas. Cabelos voam ao vento. Um vento incerto, que me leva para um universo desconhecido!
Vazios, Vácuos, Viver!

Não percebo o que se passa dentro de Maria! Sente um nó, um vazio não apático, dói tanto. Não sabe o que fazer, sabe porém que quanto mais procurar as respostas menos elas vão surgir. Como deixar partir a dor que tanto a consome? Porque será que está presa nela? O que se passa? Ideais e riscos são muito complicados. E agora? Pergunta. O que fazer, para onde ir?

O Passado Ignorado de Maria

Será que eles percebem que existo como pessoa, como ser único, como filha…corro e não vos encontro. Desespero pela vossa atenção, mas não a tenho. Que sufoco! Pai onde estás? Eu estou aqui, não me vês? Estou a cuidar de ti, a dar valor à mãe. E onde estou eu? Não sei. Sou apenas uma criança que precisa de mimo, que reparem em mim. Mas por mais que faça, sou ausente! Não faço mais que a minha obrigação. Apenas isso! Pena, muita pena, que sinto, por não ter sido amada enquanto criança frágil que precisa de ser protegida. Porquê?
Ainda hoje o sinto como se estas imagens fossem reais e de facto ainda são. Ontem, lembro-me como agora, a minha querida mãe esqueceu-ce que era alérgica ao morango. Fez um batido de morango, o qual o meu irmão adora e perguntou-me se o queria beber …esqueceu-se que era alérgica…esqueceu-se de mim…do que sinto, do que sou, de que existo. Sentimento permanente que me acompanha e que se reflecte na minha vida, perante os outros. Não sei como perdoar, qual a direcção em que ir. Não posso permitir ! Ou posso? Talvez fosse melhor, deixar partir este sentimento de raiva…mas ser ignorada é o pior que me podem fazer. Talvez por ter vivido quase uma vida em que desejava que olhassem para mim, mas em que era ignorada, ou desprezada. Ainda me pergunto. Quem sou eu? Afinal quem sou eu? O que quero? Quero perdoar e seguir em frente e muito mais… Maria acorda é um sonho!

Desabafo de Maria

Sabes, por um lado agradeço-te por não ouvires este meu lado sombrio, meio desesperado, pois nada tem haver contigo. Este lado carente, vem de um passado distante mas, por vezes, tão presente. Do fundo que te agradeço por isso, por não dares asas a esse lado, que é deveras sufocante, até a mim me sufoca quando olho de frente para ele, quando releio algumas coisas que escrevo. Pensei que tinha tirado a venda, mas acho que a voltei a pôr. No fundo, nem sei se ela existe! Estou ainda muito confusa, porque acho que não queres que te procure. Porque no fundo, adorava ser procurada por ti, mas nem dou hipóteses. Certo? Lá vou eu movida por um impulso incontrolável, procurar pela tua atenção…em vão…acho. Por favor diz-me qualquer coisa! Acho que vou rebentar perante a tua ausência. Sinto-me ignorada e abandonada! Ainda sinto raiva! Porquê que o ser humano é assim? Ser estranho, que quando tem não dá o devido valor, e quando não tem vai à procura para ter.
Porquê que eu quero ver um fim a esta história? Será que não chegou ao fim. Porquê que a teimo em continuar por estas areias movediças. Porque me atraem, porque me chamam…mas não me têm chamado activamente…mas a minha imaginação leva-me até elas. Gostava de me perder nas suas profundezas.
Sozinha. Sinto-me comigo, mas estou despida, quero partilhar algo mais, mas estou bloqueada, quero começar a escrever as histórias passadas, mas ainda não tive coragem. Vivo em ti, mas ignorada por ti. A tua vida continua a minha também. E pergunto-me porque é que ainda penso em ti, se já me disseste tudo por não me dizeres nada. Mais uma vez cai, fui ter contigo, despi-me mais uma vez, mostrei a minha alma o que sentia. Mas nada aconteceu.
Onde estás? Penso em ti dia após dia ideal do meu imaginário. Quem será que procuro? Ou melhor o que será que procuro? Sinto um nó que me aperta e me faz viajar por um universo só meu, o que é isto que sinto. Mais uma vez me pergunto o que será que procuro…sinto arrepios…sinto sinais, dizem que me sentes, que não me esqueceste, que te proteges. Percebo não te quero pressionar. Até amanhã.

Ilusões

Seja real ou imaginário, sinto a tua falta quem me dera poder voar contigo e estar realmente contigo. Vivo intensamente aquilo que sinto por ti, parece um filme em que tudo acontece mas sinto-me presa e sozinha. Num fundo tão escuro mas não quero ir por esse caminho, nãaaaaaaaaao…não me leves ó alma obscura que vive dentro de mim. Não! Não vou! Não estou aí! Quero te amar ao limite, imagem do meu ideal, sem limites, sem o mundo real que nos rodeia, simplesmente sentir e não ver, sentir. Não te vejo mas sinto-te como se ao meu lado estivesses, beijas-me e levas-me para o mais profundo do teu ser, quem és tu quem sou eu! O que é isto tudo, o que se passa comigo! Onde estou? Vivo num mundo de fantasia, para quê? São tudo ilusões, imagens imaginárias que criei, para ser expulsa deste mundo…saio de dentro de mim e vejo o real de forma única autêntica e incompreendida. Eu também não compreendo, como é que alguém iria compreender! Droga! Que raiva, que angústia…por não te ter! Desejo-te, por não te poder tocar sinto vontade de me ultrapassar de não pensar de rasgar todas as fronteiras do real e partir, mas para onde….abismo….nãoooo! Preciso de me encontar neste mundo só meu, só a energia que me rodeia me entende, só o que sinto é que entende, contradições, imagens, ilusões….aiiiiiiiiii….que dor…se ao menos, mas se ao menos o quê…acorda….o mundo é real…ouve nada do que sentes é real, foi uma imagem que criaste pelo vazio que sentias, por ser algo não preenchido e, a Natureza não aceita vazios. Todos são preenchidos de uma forma ou de outra, construtiva ou destrutivamente, mas são preenchidos. Volta, suspira, calma! Peço-te calma! Acorda, pooor favor acorda Maria!